quinta-feira, 21 de março de 2013

Davi

Veio-me parar às mãos por sua vontade. Aquela máxima de que são eles que nos escolhem é pura verdade.
Descoberto no meio do nada por um grupo de escuteiros foi entregue na ASPA por se encontrar ferido e abandonado.
 
     A primeira vez que o vi foi para ajudar a fazer o penso da terrivel chaga que trazia no pescoço. 
    De cada vez que o visitava pedia-me colo e atenção. De cada vez que me vinha embora recolhia-se 
    na transportadora  fixando-me no olhar mais triste deste mundo.

     Em Dezembro, no dia 23, peguei-lhe ao colo para o levar à enfermaria e fui abraçada  na  cara
     com as patinhas. 
     Olhava muito sério para mim, uma patinha de cada lado. Senti um pedido de ajuda mais do que
     o normal: "Leva-me contigo, trata de mim"

    E   veio. Desde então a chaga já diminuiu, mas não fechou completamente. Passaram-se  2 meses
    e meio e um dia percebi que nunca me poderia separar dele. O pequeno Davi faz parte de mim, da
    minha vida, é o meu companheiro inseparável, faz-me rir com as suas brincadeiras malucas e
    enternece-me com os mimos da sua linguinha rugosa e das suas patinhas sempre tão cuidadosas.

     Amo de coração este serzinho notável e digo-lho todos os dias. Davi, que em hebraico significa
     predilecto, é sem dúvida nenhuma o Meu Gato.









sexta-feira, 15 de março de 2013

Jembé


Jembé foi o que da ninhada se aproximou logo, muito intrigado com o meu colar de sementes africanas. Quando me inclinei para lhe fazer uma festa o colar balançou o que fez com que Jembé accionasse as suas patinhas dianteiras num frenesim de mini-sapatadas qual tocador de Djembé...  Foi uma risada geral ver um gatinho com pouco mais de 1 mês tão compenetrado na sua performance. Quantas mais sapatadas mais sementes baloiçavam e emitiam sons. Aquilo era muito estimulante. Deitado de barriga para o ar atingiu uma  velocidade de batidas impressionante  e via-se na sua carinha-de-gatinho uma expressão divertida pela descoberta da nova brincadeira.



Eram 4 bebés nascidos a 6 de Outubro, 2 fêmeas lindíssimas tigradas e 2 machos -  um predominantemente preto com uma misturinha de branco, e o outro predominantemente branco com uma misturinha de preto. 

Jembé parecia que tinha um mini smoking vestido e, claro, depois daquela apresentação ficou bem explícito que queria ficar comigo, mais não fosse por aquele colar mágico que tanto despertava a sua criatividade artística!



Passaram-se 12 anos das nossas vidas e este peludinho tem sido simplesmente notável. 
Dotado de um carácter hiper-pacífico (eu digo que foi por ter ouvido muitas ragas indianas) ADORA primeiro que tudo comer e depois apanhar banhos de sol.



É o líder indiscutível do grupo de peludinhos, que foi crescendo e diminuindo nestes  anos, sem nenhuma vez  ter sido agressivo para quem quer que fosse acolhido na nossa casa.
Lembro-me muito bem daquela vez em que foi receber à porta (como é seu costume) uma gatinha retirada debaixo de um carro, num dia de chuva intensa, ele todo mesuras e cordial, ela atiçada e bufadeira... ficou tão chocado pelo destratamento que se retirou para a sala com o ar mais indignado deste mundo, profundamente  magoado pelo génio intempestivo da Celeste, mas nunca na sua vida lhe retaliou!




Jembé é assim, um gato sensível e zen,  perito em abrir portas de armários e sacos de ração fechados, um terapeuta nato enquanto dorme descansado sobre as costas da sua "dona" (confirmo que é muito melhor que shiatzu) e com um poder vocal nocturno (revelado a partir da meia-noite noite, mais coisa menos coisa), muito expressivo, variado e potente. Aliás, o meu interesse pelo "gatês" é graças a esta particularidade do Jembé, que tem sido o meu instrutor.


terça-feira, 12 de março de 2013

Sem nome


Pedi-Te um sinal, qualquer um.

Tenho urgência em ver o mundo como o mundo não é, mas talvez o Teu desígnio resida na imprevisibilidade de um momento como este.*


* (...) as obras do Senhor são admiráveis, mas permanecem ocultas aos homens (...) in Eclesiástico 11,1-6
 

sábado, 9 de março de 2013

Minutos

Não  deixes por aí nenhum vestígio do teu canto.
Guarda-o dos que te saúdam com sorrisos invertidos.

Não cantes mais o amor, a morte, o sonho, a vida, a injustiça, o perfume da terra, este mundo e o outro... isso não lhes interessa para nada.


A crise do egoísmo tornou-os distraídos e diferentes. Vivem obcecados com precariedades terrenas e invejam a tua liberdade que é bem maior que a deles.

Mesmo que te acenem com o símbolo da paz, não acredites.
Têm-te na mira  para matar o que sentes.

Não  deixes por aí nenhum vestígio do teu canto.






sexta-feira, 8 de março de 2013

Benditas

Esta foto não é minha. Sou eu que estou nela, claro, mas não fui eu que a disparei. Podia ter escolhido outra, só que me  apeteceu esta. Foi o meu filho que a tirou no dia 22 de Fevereiro de 2012.

Diz muito de mim, das minhas pequenas alegrias, de gostar de estar sem muita gente à volta, da paz que a natureza me dá, do retorno às melhores memórias de infância, da sensação de liberdade perfeita com o que me entende, do humor bom que me suscita o aroma da terra.




Hoje, 8 de Março, dia das mulheres de todo o mundo, esta imagem diz-me mais do que poderia imaginar. Eu que trago tantas em mim e cada vez mais distante de lhes poder dar voz, ainda assim, fico feliz por, no silêncio imposto, poder mostrar (lhes) (me) que me sinto viva para as comemorar.

Benditas as mulheres que tudo suportam.

NL

segunda-feira, 4 de março de 2013

Os meus gatos

 Sophia
 Oriana
Kerouac
Madalena
 
O meu amor por estes peludos é imenso. Fascinam-me e seduzem-me não sei se por terem bigodes longos e olhos hipnotizantes, se por serem silenciosos e expressivos. Sei que não lhes resisto e não posso viver sem eles.

Ao longo da minha vida tive vários gatos e todos foram especiais. Deixaram-me uma estória e marcaram a minha vida. Terão sido os únicos que me deram muitas alegrias e muitas mais cumplicidades felizes.
Não gosto de falar da sua morte porque não aceito nenhuma morte.
Mas os seus nomes ficam aqui lembrados:

♪ Mi e Fá (adoptados em 1993)
♚Luna e Ísis (adoptadas em 1995)
⚜Pedro Cláudio (filho de Ísis nascido em 1996). O padrinho era o fotógrafo Pedro Cláudio.
✡ Júlia (apareceu no jardim da casa em 1996. Dei-lhe esse nome por ser muito parecida com a gata Júlia do Pedro Cláudio, padrinho. Os meu familiares desaprovaram o nome por ser o mesmo da minha avó materna...)
Bouzouki 
☯ Tarot e Wicca
♛ Ankor
☪ Morgana e Bindi
☮ Kerouac
❀ Oriana
❦ Sophia
☥ Madalena

 Mi


Adoro fotografá-los e faço-o há muito tempo, quer aos "meus gatos", quer aos dos outros,  ou aos que não são de ninguém. 

 Luna
 

Estes meus companheiros de casa, amigos do coração e seres inspiradores têm um destaque compreensível sob o signo de EOS. Afinal é também com eles que pratico esta paixão.

Pedro Cláudio


Júlia

Bouzouki

Morgana
 ♡
 
Bindi
 ♡

Tarot

 Wicca
 ♡

 Ankor
  ♡

 Faço-o para mim, mas divido com prazer o meu prazer de os captar da forma que sei e deixam!




=^.^=